sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dois Pintores Itapetininganos

Campos Ayres
Diógenes Campos Ayres nasceu em Itapetininga, em 10 de Janeiro de 1891. Posteriormente, mudou-se pa Avaré, interpretando, em suas telas, diversos locais aprazíveis e pitorescos da localidade. despertou, em virtude de seu talento, o interesse do Governo do Estado, sendo incluído como pensionista e liberado par estagiar na Europa.
Em Paris, foi aluno dos professores Jean Paul Laurens, Henri Royer e Robert Fleury, na Academia Julian, até 1914, quando retornou ao Brasil, com seu talento muito aperfeiçoado.Realizou exposições em São Paulo, no Rio de Janeiro e também no interior do Estado, tendo recebido vários prêmios.
Muitas de suas telas reproduzem cenas e paisagens dos arredores de Itapetininga, como Sobradinho, Jataieiros, Porto Velho e Sombras de Nuvens. Suas telas podem ser encontradas na Pinacoteca do Estado, no Museu Nacional de Belas Artes e em diversa galerias particulares. Faleceu , no dia 2 de dezembro de 1944, em São Paulo.

Carlos Ayres
Itapetiningano, nascido em 16 de maio de 1916, Carlos Ayres, desenhista de singular talento, desenvolveu sua técnica na escola de Belas Artes de São Paulo, com Túlio Mugnaini e Jean Pierre Chabloz. Ilustrou livros para diversas editoras, inclusive o de Antônio Galvão, " Itapetininga e sua História".
Conhecida internacinalmente ,sua obra é muito importante, sobretudo, pelo traçado da figura humana. O Museu de Arte de Itapetininga, localizado no prédio que abriga o Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, recebeu seu nome: Museu de Artes Carlos Ayres. Faleceu em 20 de Novembro de 1971, em São Paulo. Foi sepultado em sua terra natal.

A fuga da fome e da morte

Portinari sempre se considerou um trabalhador da pintura.trabalhava sem parar o tempo inteiro, o dia todo. Buscou incessantemente o pleno domínio de seu ofício de pintor.
Produziu, sabe-se hoje, cerca de 5.000 obras, entre pinturas murais, telas desenhos e gravuras, tendo explorado todas as técnicas em suas diversas possibilidades. Dono de um espírito empreendedor foi, sobretudo, um inovador, tanto na forma, como no conteúdo, passando por diversas transformações da prática pictórica ao longo de sua trajetória artística.
Como definiu Antonio Bento, amigo do pintor e responsável por um dos mais importantes e completos livros sobre ele. Candido Portinari: Realista ou Expressionista, na obra apresenta e conduz o olhar do leitor para: homens, mulheres e crianças, independentemente da técnica utilizada, são seres representados em suas características principais,cada um com sua compleição física particular,constituindo toda uma figuração que é visceralmente do artísta e do seu país.
O tema proposto para a exposição versa sobre os problemas sociais presentes no conteúdo dos trabalhos selecionados, os quais enfocam a realidade nua e crua dos habitantes de uma determinada região brasileira, caracterizada pela peregrinação pelo sertão.
Nota-se claramente a influência do cubismo, as roupas trazem formas geométricas fixas,representadas por quadrados e retângulos, pés e mãos dos retirantes trazem
uma das características marcantes de Portinari, o exagero,características essas devido ao fato do pintor ter imenso fascínio pelas mãos e pés dos operários, pés e mãos que ele desejava ter quando criança; os rostos não trazem claramente a expressão de tristeza, mas a dor ainda é presente.Portinari não perde apesar do tempo o perfil crítico e que denuncia a triste realidade do povo nordestino.
Doença e morte, pobreza e fome são pontos comuns na vida dessas pessoas. Portinari soube como ninguém passar tais sensações a cada um de nós, em cada uma de suas obras.
"Entre o cafezal e o sonho
O garoto pinta uma estrela dourada....
Entre o sonho e o cafezal
Entre a guerra e a paz....
Entre o amor e o ofício
Eis que a mão decide
A mão infinita.
A mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari"
(Trecho de "A mão" de Carlos Drummond de Andrade,1962).
Sua principal obra foi deixar gravada para sempre, na história e na arte do Brasil, pinceladas sob um ponto de vista, muito particular, e o amor a sua gente, suas raízes e sua história.
"Foi um dos homens mais importantes do nosso tempo, pois de suas mãos nasceram a cor e a poesia, o drama e a esperança de nossa gente. Com seus pincéis, ele tocou fundo em nossa realidade.( Jorge Amado, 1997).
doença

Você disse curador?

"Museu de Artes Plásticas Carlos Ayres de Itapetininga"
O Museu de Artes Plásticas Carlos Ayres, criado pelo artista itapetiningano Carlos Ayres e organizado pelo prof. Antonio Arthur de Castro Rodrigues, foi inaugurado em 1968 e está localizado dentro da sede do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, na Rua Prudente de Moraes,716; conhecido como Casa Presidente kennedy, foi fundado, em 14 de março de 1948, pela professora Maria Aparecida de Camargo Prestes, a qual foi a primeira diretora e grande incentivadora para a implantação dos cursos de inglês no município.
Na região é o único espaço permanente de exposição de artes plásticas, conforme relato do seu diretor Antonio Arthur de Castro Rodrigues, que além de fundador, juntamente com o artista plástico Carlos Ayres é o seu curador e o principal guardião do oásis cultural das artes plásticas de Itapetininga.
O estilo arquitetônico do Museu é neo clássico e conta com um acervo de cerca de 250 obras valiosas dos mais destacados artistas nacionais e internacionais e constitui um autêntico documentário contemporâneo das artes visuais.
Neste verdadeiro templo da cultura e das artes podemos maravilharmos com as obras de Carlos Ayres, artista itapetiningano, exímio desenhista.Diógenes Campos Ayres, pintor incomparável das manhãs de neblina, das beiras de rio, das águas paradas, das casas de sapé, das corredeiras, das barbas de bode e do capim catingueiro.O Museu possui dois expressivos trabalhos desse artista que muito honra o nome de Itapetininga. José Bevenuto Madureira, pintor sorocabano, embora tenha passado sua infância e juventude em Itapetininga é considerado um dos grandes artistas dentre os dois primeiros já mencionados, sua pintura é de característica impressionista, dando preferência a paisagens e marinhas.
Estudantes de Artes deverão visitar esta preciosidade e conferir com seus próprios olhos as belezas ocultas em nosso meio cultural.
José Geraldo Fogaça de Almeida TEA 1 Pólo de Itapetininga